terça-feira, 12 de novembro de 2013

Mente bivolt

Estou em constante processo pensante.  Não sei por que tenho essa constante atração pelo imaginário e pelo improvável. É engraçado como minha mente tem a capacidade de criar coisas espalhafatosas. E eu, por muitas vezes, acredito nela. Acredito que o que quer que seja que ela costura pra mim eu devo arrematar. As vezes são frases, idéias, poemas, mundos, pessoas, seres, histórias, teorias, cenas. Acho que o mundo lógico é muito chato; mas confesso que algumas delas são tão absurdas que eu não entendo como elas foram parar na minha cabeça in the first place. Mas ela não me escuta, é como se tivesse vida própria. A cortina nunca se fecha pra minha mente; o espetáculo nunca termina.

Há anos atrás quando o processo pensante se intensificou,  confesso que não soube lidar muito bem com aquilo. Considerava uma constante fonte de estresse. Não conseguia dormir, não conseguia relaxar, não conseguia parar de pensar. Na verdade sempre fui cerebral desde que me lembro, mas fechar os olhos à noite e ver todo tipo de memórias, flashback e predição acontecendo não era bacana. Pensava sobre tudo o tempo todo. E nem as mais variadas técnicas de supressão conseguiram amenizar o meu sofrimento. Enquanto todo mundo pensava animadamente nos planos do dia seguinte, eu só queria parar de pensar. Obviamente chegou ao ponto de remédios eu ter que tomar; mas as idas ao psiquiatra me deixavam muito desconfortável. Eu sempre fui e sou sucessível a tristeza em demasia  mas eu sabia que não era nada patológico. Agora: como não conseguir acalmar a própria mente? Percebi que fiquei mais ansiosa quando voltei de uma temporada no exterior. Sua cabeça muda quando você muda por dentro. Me sentia muito perdida, muito incerta. Incerteza! se tem uma condição que me aterroriza desde pequena é ela. Ô bichinha impertinente! me fazia sentir como seu eu estivesse levitando entre um mar de pensamentos aleatórios. 

Mas foi ai então, que ao invés de relutar e me desesperar, eu decidi assistir ao filme. Comecei então a ser transbordada por lembranças da minha infância, lembranças doloridas e alegres, mas que permiti que viessem me visitar. Mas dessa vez como uma legista mental, parei pra olhar os mais pequenos detalhes que eu tão preocupada em relutar, não conseguia perceber. Como uma cena de crime onde todos os detalhes importam. Deixei-me levar por aquela febre de pensamentos sem me preocupar com o amanhã. 

E foi me permitindo, que entendi algumas mensagens. A mais importante delas eu li de repente como uma mensagem de texto que chega atrasada por falta de sinal. Fiz as pazes com a minha mente e aceitei que nem o mais forte dos remédios pode anestesiar a criatividade, as lembranças e a mente de uma pessoa.  A imaginação te leva a lugares imaculados jamais ameaçados pela interferência de um outro ser humano, a não ser a sua. Desejos reprimidos, talentos, aptidões, tudo pode ser revelado pela sua mente; reprima isso e aí sim vira uma patologia.

A minha mente me leva para lugares ainda não visitados, me faz interagir com pessoas impensáveis e improváveis, me traz memórias de coisas que ainda não existem. Se não existiram não são memórias; logo o que são? Na imaginação não existe distância, impossibilidade ou probabilidade. Foi através do resgate das minhas memórias da infância que voltei a escrever, a atuar e a criar. Dizem que a mente prega peças. Pois pregue as peças e costure a sua cena. Felizes são aqueles que podem dizer "e se".

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bye bye Austrália


Duas vezes. duas situações opostas. Duas pessoas. Um pedaço meu que lá ficará. E assim eu me despedi de Sydney. Contemplando o barulho do vento nas folhas, os passarinhos aterrissando e uma incrível viagem para o deserto admirando um incrível céu estrelado. Memórias que ninguém pode apagar. Pessoas que jamais esquecerei. Fecho os olhos e sinto o cheiro do café filtrado tomando conta do ambiente todas as manhãs. Do barulho característico que só lá existe. Do silêncio. Das pessoas andando apressadas de roupa social e chinelos havaianas. Das inúmeras personalidades que lá existem. A cidade onde ninguém te incomoda, as pessoas se respeitam e não te julgam por você ter o cabelo pintado de laranja ou por sua opção sexual.

O lugar onde aprendi a aproveitar. Deitar na grama do parque ou andar de madrugada sem sentir o medo do perigo. Ser bem paga e usar o seu dinheiro para aproveitar a vida. Eu fico muito feliz por hoje ter conseguido enxergar a Sydney que eu era incapaz de ver há dois anos atras. As coisas mais simples são as que mais te marcam.

 Mudar o cenário à sua volta faz você mudar a sua cabeça; e por consequência a sua vida. Partes despertadas que te fazem ver as cores mais vívidas. Eu agradeço à mim mesma por ter tido a coragem de retornar depois de tudo. a gente faz a nossa história. E não sentirei nostalgia. Sentirei alegria de ter me proporcionado viver, conhecer pessoas de todos os lugares do mundo que te ligam numa corrente de amizade que não se romperá nunca. Incrível é viajar, se jogar no escuro e deixar a vida colocar no seu caminho pessoas incríveis pra você trombar. Impagável, incrível, inexplicável.

Viajar é preciso. Conhecer outras culturas indispensável. Foram dois anos e meio no total de uma incrível aventura. Agradeço por tudo o que passei e por tudo o que sou. Para os que lá estão, aproveitem. Aceitem as oportunidades que a vida te lança. eu me joguei em situações incríveis que não me arrependerei jamais.Ter a oportunidade de viver em outro pais, é uma das coisas mais sábias e ricas que alguém pode se proporcionar. Aos que ainda irão, façam valer a pena.

Passou rápido. Realizei o que me propus. Entendi que o meu tempo lá acabou(?) e que a mente calma é o nosso maior aliado. Agora meu caminho continua, continuarei voando e pousando onde minhas asas me levar!


Cheers !!!

domingo, 11 de agosto de 2013

O sopro do furacão















Um dos meus lugares preferidos aqui em Sydney são os parques. Ir aos parques, ler, criar, me inspirar é uma das coisas que mais trazem sentido à minha existência. Em especial esse parque aqui perto de casa; o North Sydney oval. 

É maravilhoso, de uma paz infinita! Estou passando por um pouco de stress ultimamente, e esse parque é o meu refúgio. Refúgio de mim mesma, quando meus egos se confrontam. Não gosto de ambientes muito estimulantes, preciso da paz e do silêncio de sons humanos para me concentrar e para respirar; escutar o que a minha alma quer dizer.


Para não transbordar impaciência e nervosismo, ao parque eu fui. Como sempre acontece, minha mente se acalma, se dilata, quando na natureza estou. As palavras e as imagens brotam como sementes na minha imaginação. Desanimada estava eu, mas sempre que sento no banco com meu cafe e meus livros, a orquestra começa a tocar na minha cabeça. E a contradição aparece. A minha introversão chega primeiro na fila e impede que a explosão tome conta do meu ser.


Eu sou um total paradoxo. A introspeção contrastando com a explosão do vulcão. Mas é aí que tudo passa, pois o recital dos pássaros e o falar do vento, a beleza da natureza e suas intrigantes formas geométricas, me mostram o que de fato importa; certos problemas são irrisórios. Esses não existem de fato quando ainda se tem olhos para apreciar a graciosidade das cores, e ouvidos para se escutar o recital da natureza! Tenho o meu lado triste, que pesado é de se carregar, mas também tenho a minha alegria e força que me fizeram chegar onde cheguei, e que me impulsionam a ser quem eu sou.


Como eu sempre falo, aqui nunca é fácil. As coisas acontecem, te surpreendem e te testam. Psicologicamente  é desafiador. A mente prega peças e sem confiança e coragem, a vida aqui te derruba e te deixa no chão por tempo indeterminado. Acho que sem um certo grau de loucura ninguém consegue passar pelo desafio.


E nesse furacão de sentimentos eu rodopio em torno de mim. Me desequilibro com meus sonhos e criações. Há vários deles na minha varanda, que cantarolam e arrepiam meu coração. Eu rodopio e na beirada de mim eu estou. Saudade de mim, do infinito de mim. Do sonho de mim, que a rajada do vento empurrou....O meu hobby? imaginar... :)


#St Leonards park, north sydney


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Por que não?

Se te perguntam o porquê, responda por que não? As pessoas andam muito reticências. Faltam parágrafos e sobram ponto e vírgulas. Não sei, acordei meio assim. Inteiro assim. Vendo o velho como novo. Vendo as perguntas como respostas. Vendo o não como sim e o sim como certeza. Certeza! Por que nada é certo nessa vida além da morte e dos impostos? Não, não concordo. 

A certeza é a luz de dentro que nos guia. Que nos move, que nos comove. Não há  sentimento mais real do que a luz de dentro. A luz da alma, que não se perde, que não escurece; que não se economiza. O "era uma vez" começa lá. Lá no seu ínfimo que te mostra pra onde ir; o que fazer, o que perguntar, o que fantasiar, o que realizar. O velho do novo, porque a alma nunca envelhece; somente engrandece.


E ela me mostra hoje, que o meu ciclo aqui na Austrália, se fechou. Se enche de cores quando penso no que vem a seguir. Não, não há garantias absolutas, nem planos à prova do fracasso. A vida não é blindada, mas é dupla face. Eu vim com um objetivo e volto com infinitos mais. Sei o que quero fazer a seguir. E eu posso. Como diria Henry Ford, "Se você pensa que pode, ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo". Não se pode temer o fracasso, ele existe para lhe dar prudência e sabedoria. Tudo que desconhecido é, conhecido passará a ser um dia; todas as nossas experiências de vida passam por ele. E mais uma vez para mim será assim. A vida e os riscos caminham de mãos dadas, como dizia Sófocles, "tudo faz ruídos".

O que fazer, eu sou assim! aprendi a me aceitar assim; vim me buscar e me achei lá. Doido não? Esse período aqui me fez aprender muitas coisas sobre mim mesma. A aceitar a minha própria companhia assim como conversar com os meus próprios temores. Não tem nada de errado em ser e em pensar diferente. A gente é o que é, e existe por um motivo. Não existe mais uma Mariana; eu sou única assim como você também é. Se eu me camuflar em ser os outros, perco o que tenho de mais valioso. Trombei com tanta coisa interessante, inclusive com a minha genuína alegria e também com a minha visceral tristeza. Fui pega de surpresa e desarmada pelo meu alter ego -que está aqui e sou eu mesma. Já quis ser outra pessoa, e acabei me perdendo, acho que foi isso que tentei fazer por tanto tempo, mas agora me achei de novo e não me perco mais. Sou uma pensadora, introvertida e sonhadora. Sim eu sonho; mas o mais importante eu realizo.

Então, por que não tentar? Por que não correr, somente andar? Por que não cair, somente desviar? Por que não amar, somente gostar? Por que só querer e não desejar? Por que não buscar, somente esperar? Pergunta pra ela, fala com ela, olha pra ela, dê as mãos pra ela e a resposta virá.


domingo, 9 de junho de 2013

Momentos

Time flies. Flies like a butterfly. E essa sempre soube ter a paciência para aproveitar e entender a solidão do momento enquanto lagarta. Tudo na vida tem o seu momento de ser, de se desenvolver, de acontecer.

Até esse momento, eu estou realizando tudo o que determinei pra mim aqui na Austrália. A gente tem que botar metas e aproveitar os momentos que a vida nos dá. E momentos são momentos, que de mão dadas, constroem a vida. Os momentos são o cimento que colam os sonhos, colocando em pé a sua realidade. Sim, os sonhos são a sua morada. Já falei isso aqui, os seus sonhos podem ser de palha, de madeira ou de cimento e tijolo, e na maioria das vezes, o Lobo mau que quer destruir a sua morada é você mesmo. "Dedicate yourself and you can find yourself".

E como a vida é feita de momentos que se dão as mãos, eu colhi hoje um momento que me surpreendeu por demais. Qual foi a minha surpresa em ler num domingo que um dos meus poemas, o certo fim, que escrevi aqui no último post, tinha sido escolhido pela Thelma Guedes num desafio de poemas. Sim, a Thelma Guedes que eu sigo no facebook, que escreveu a novela cordel encantado, que eu jamais achei que iria ler, escolheu o meu poema entre tantos. O MEU. Não há descrição de quando eu vi meu nome lá. Eu achei que era mentira. Chorei. Chorei sozinha. Foi uma grande alegria ver o meu poema lá, no facebook e no blog dela. Eu mandei o poema há dois meses atrás e ela postou os vencedores da brincadeira dia 1 de junho. Fiquei muito feliz! No entanto voltei a escrever poemas há seis meses atrás, sem saber se eram bons ou se faziam sentido, e hoje eu colhi o meu momento, momento do qual jamais esquecerei. 

Sei que não são todas as pessoas que gostam de poemas, que ligam para a arte, que lêem o que eu escrevo mas eu aproveitei a oportunidade. E isso vale pra qualquer sonho que tenhamos. Fodam-se os profetas e pessimistas, eu tentei e se não tivesse tentando, jamais teria visto meu poema lá tocando cada pessoa que o leu e que ainda irá ler. Isso não tem preço. 

Eu posso e ninguém tem o direito de me dizer que não. Se permita tentar, o fracasso não determinada nada, ele existe para fazê-lo tentar diferente. A minha casa não é de palha. E a sua também não deve ser. Ao invés de gastar seu fôlego tentando assoprar seus sonhos, entre na sua morada e os observe; Eles estão lá, só esperando você agarrá-los e realizá-los. Lembrem-se, sonhos não tem data de validade! 


"..Yeah you can be the greatest
you can be the best
you can be the king kong banging on your chest..."#

O meu poema Certo fim pode ser lido através desse link! sonhem alto!! :)) 



hhttp://www.thelmaguedes.com.br/blog/resultado-do-segundo-desafio-poetico/


#Hall of fame- The script

sexta-feira, 10 de maio de 2013

De volta para o presente


 Já faz seis meses que aqui estou, e posso dizer que de verdade, Sydney está diferente da
Sydney de 3 anos atrás. Infelizmente pra pior em alguns aspectos. Sydney está vivenciando enfim, as consequencias de abrigar tanto imigrante.


Mais cara, mais suja, mais perigosa e mais competitiva. Logico que não é nada comparado com o que enfrentamos e vivenciamos no Brasil, mas ainda assim está pior. Está cada vez mais desafiador achar lugares decentes e baratos para se viver. As próprias autoridades responsáveis no assunto já dizem que é possível que daqui há alguns anos, a população mais desprovida passe a morar em guetos. Mesmo em situações de room share, os preços já estão mais caros.

Mais perigosa, pois é impressionante a quantidade de aluno que vem na escola onde eu trabalho reportar roubo. Recentemente houve casos de assalto e agressão a um grupo de estudantes daqui. Tem de tudo; roubo em trem, roubo no trabalho, roubo no ponto de ônibus, roubo na rua. Agressão de gente bêbada, assassinato, sequestro. Antigamente a noticia mais perturbadora era do assalto a uma loja do seven eleven, agora já estão explodindo caixa eletrônico e até copiando cartão magnético. Existe propagandas da policia para que as pessoas andem em grupos a noite. Penso como faria eu que trabalho de madrugada e ando meia hora sozinha até em casa. Não me aflijo pois sou de São Paulo - comparado com aquilo ali, aqui é o paraíso.

Sydney anda mais suja e mais competitiva. E isso não é somente a minha opinião, mas de outras pessoas que conversei que ainda moram aqui mesmo antes de eu chegar há 3 anos atrás. Fico triste de ver lixo pelo chão. Aqui não era assim. Menos emprego, menos shifts, menos dinheiro. As coisas aqui não estão tão boas não. Ontem mesmo vi uma noticia de que a oferta de emprego caiu 5% em abril. Trabalhei no final do ano passado no mesmo lugar e na mesma época que em 2010 e dessa vez muito menos dinheiro. Não está fácil arrumar emprego. Tem que correr muito atrás. É, a crise chega para todos e por mais que te digam que não, eu te digo que sim.

A competividade aqui já está grande, e de repente Sydney não deve ser mais a primeira opção. Procurem saber a realidade em outras cidades. Mas não a realidade que a agência mascara, pois as vezes a Suzy está pintada de Barbie, bem como vocês sabem. Venham pra cá sim, pois  é uma bela cidade - ainda segura, onde se junta dinheiro, belas paisagens, com povo hospitaleiro e educado - mas venham conscientes sempre, do que podem encontrar!!

 Esse mês compro meu computador, (prometo!) ai fica mais fácil pra postar sempre que der vontade!! :)

mais um poeminha pra voces!
Certo fim

Sim é assim
Do casulo saiu
A asa bateu, mas o fim da lagarta é o começo da asa

Não, não há certo fim
Não é turbido assim
Se ela se libertou, outra vida se criou
 O ciclo do desapego; desapego do corpo, apego da asa, formou, bateu, voou

O frio do estático, o silêncio gritante da dor, a dor do fim, a dor sem fim

Mas a asa que bate esquenta a vida, renova a vida, atiça as flores, espalha as dores com as cores das flores

domingo, 24 de março de 2013

Espera

A gente está sempre esperando alguma coisa; alguém, o tempo; o tempo mudar, o tempo passar, o tempo curar. Esperamos a semana passar, a sexta chegar, alguém se tocar, a ferida cicatrizar, a vida mostrar. Vivemos a esperar e não percebemos a vida passar.

Quem está aqui, espera alguma coisa; algo que faça sua vida mudar - independente do que seja - sonha com a vida que pode vir a alcançar. Quem fica lá, torce, espera que a gente volte, que a gente conquiste, anseia com a vida que iremos enfrentar. O esperar pode afetar o coração de diferentes maneiras; depende de quem espera. No anseio do sonho, esperamos por ela; a esperança.

"Quem espera sempre alcança", diz o ditado. Quem prospera sempre alcança diria eu. Quem prospera, alcança a esperança.

A espera espera tanto que já esta com sobrepeso. E quanto mais pesada, mais lenta ela vai ficando e mais restos você vai juntando. A vida não muda se você espera, a vida muda se você prospera. Escrevo isso, pois eu também espero alguma coisa. Talvez não seja a espera que eu mereço, mas é a espera que eu construí baseada na arquitetura das minhas ações. Algumas me decepcionam, me deixam confusa e chateada; outras me surpreendem. Mas achando ruim ou não, foram moldadas por mim.

É pra frente que se anda, mas olhar pra trás também é preciso para que o vier a seguir não atropele seus pensamentos e lesione suas atitudes. Emagreça então a sua espera. Ponha ela pra correr, para agir! A gordura da espera é a ação. A ação é a energia da esperança!

"Não adianta olhar pro céu, com muita fé e pouca luta..."


domingo, 17 de fevereiro de 2013

O que aprontas mariana?

A nuvem se agiganta. A mesma não é egoísta. Tenta dar um pedacinho de si pro céu. O céu é um pouco excêntrico. E mesmo a nuvem se desmanchando em mil pedaços para satisfazer o céu, ele nunca está contente. Quem vê a nuvem se agigantando e se apoderando do céu, tem de se contentar com a chuva. Quando o céu esta exposto, todo mundo gosta! ele se sente o centro do mundo pois traz felicidades para as pessoas.

Mas a nuvem não é secundária nessa historia. Sem ela seria muito difícil viver. E assim eles vão se alternando harmonicamente...harmonicamente? bom, nem sempre. Cada um procura a sua loucura, o seu disfarce. A seca. a vida. a chuva. O poder que possuem é tão fantástico que podem destruir. Do seco ao alagado. Alguém tem duvida?

O seu diluvio ou a sua secura são tão fantásticos quanto. Uma vez descontrolados por fatores  externos podem vir a lhe destruir internamente. Como é difícil achar o meio termo não é? O efeito estufa está  me afetando. "Ah, se todo mundo pudesse saber como é fácil viver fora, fora dessa prisão..."É só deixar-se alternar, assim como a nuvem se alterna com o céu.

A minha mãe já sabe que estou estudando interpretação. Para ela é somente uma distração, (e prefiro que continue pensando assim), a primeira coisa que ela falou quando soube foi:
" Pra que você foi gastar dinheiro com isso?" - que dureza. É desconfortável ter que ficar escondendo os sonhos da gente, os nossos objetivos de vida quando esses não se encaixam na normalidade. Quando esses esbarram na estabilidade financeira, no ponto de interrogação do futuro. Escondo para ter a paz necessária para fazer o que tenho que fazer. Para evitar julgamentos, e olhos tortos quando você fala o que quer fazer.

Eu fugi para a Australia para estudar em paz, pra me centrar, mantendo meu sonho só pra mim, protegido como uma jóia num cofre. E eu penso diariamente. As vezes queria parar de pensar, de duvidar de mim mesma. Busco a paz da alma que ainda não chegou. É duro ser prisioneiro da propria mente. Tenho que admitir que não tenho paz. Não sei parar de pensar. Não sei viver de outra maneira.

É uma batalha e eu estou na linha de frente. Eu contra o meu emocional. Eu contra a maioria, eu contra as garantias. Eu contra as probabilidades. Quem vai vencer? Espero que eu. Onde vou chegar? não sei. Como vou fazer? também não sei. Sei que ja comecei a caminhar, e quando o céu se abrir para mim, eu desejarei o arco-iris!


" e que a felicidade pode ser simples como um aperto de mão...entendeu?"
#Sydney drama school :)"viver verdadeiramente sobre circunstancias imaginárias! :))

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Quem bate? É a arte

Resolvi tirar a poeira da coragem mais uma vez e (re?)iniciar uma vontade há tempos no pause. Eu, as vezes, acho que devo estar maluca, mas se não tentar nunca saberei. Comecei terça feira meu workshop em interpretação! finalmente! e é impressionante o que mexer com seus demônios faz com você. Uma das coisas aprendidas é a se deixar levar, a apenas fazer sem esperar uma certa resposta, um certo sentimento. Que seja fresco. E qual foi minha dificuldade? imensa! Que dificuldade de limpar a mente e não pré-planejar! É  instigante e fadigante não pré-pensar. Ainda mais quando se vive fora, dependendo de ninguém se não  de você mesmo. 

Andei e ando muito pensativa; a vida, as escolhas, as renuncias estão sempre presentes em minha vida. Eu ando constantemente com um ponto de interrogação debaixo do braço. Por vezes consigo e o coloco dentro da mochila, por vezes ele  não se contenta e de tão grande se empurra para fora. Tenho esse problema, reconheço. Penso demais, analiso tudo e me desgasto. Mas por vezes também penso de menos. É como uma ventania muito forte que teima em te desestabilizar. Já vi qual será o meu desafio. Mas foi justamente por conta de me aceitar e de me compreender melhor que iniciei essa jornada interrompida. O medo é o ladrão da alegria.

Sem duvida estou na duvida de que trem pegar. Quando você convive só com você mesmo por muito tempo, certas coisas tendem a ficar escancaradas.  É como se estivesse rodeada de espelhos. Estou escrevendo sem logica, é o que sinto. E estou aprendendo que é assim mesmo que deve ser. Vejo meu material cru do qual tenho de dar forma, do jeito que sou. Certas vezes o material é sensível demais e racha, por outras vezes duro e inflexível. Sei la, eu sou mista. Quero, não quero, gosto, não gosto.

É interessante ver que eu estou mais uma vez escrevendo a minha historia e o que eu planejei antes de eu  retornar pra cá, eu já estou realizando. Por vezes não sei da onde vem a forca, da onde vem tudo isso. E é como se o que eu vivi aqui antes não mais existisse. Túrbido. Amnésia da alma. E ela está inquieta, vendo que tenho de perder o controle, deixar a ventania me levar. São os laços que nem a maior distancia pode tensionar.

No entanto agora começo um novo aprendizado. Aquilo que estava adormecido há  uns bons anos, aquilo que eu sempre quis fazer desde pequena, mas que as pressões da vida teimam em te apertar pra outro caminho. Aquilo que me foi despertado quando eu aqui, passava a maior dificuldade, aquilo que esteve sempre presente em minha mente e que me fez entender que a vida passa rápido demais pra você ficar adiando.Um descanso para minha alma atormentada para que em breve eu possa dizer: sim, agora eu sou (tb) atriz! :)