domingo, 11 de agosto de 2013

O sopro do furacão















Um dos meus lugares preferidos aqui em Sydney são os parques. Ir aos parques, ler, criar, me inspirar é uma das coisas que mais trazem sentido à minha existência. Em especial esse parque aqui perto de casa; o North Sydney oval. 

É maravilhoso, de uma paz infinita! Estou passando por um pouco de stress ultimamente, e esse parque é o meu refúgio. Refúgio de mim mesma, quando meus egos se confrontam. Não gosto de ambientes muito estimulantes, preciso da paz e do silêncio de sons humanos para me concentrar e para respirar; escutar o que a minha alma quer dizer.


Para não transbordar impaciência e nervosismo, ao parque eu fui. Como sempre acontece, minha mente se acalma, se dilata, quando na natureza estou. As palavras e as imagens brotam como sementes na minha imaginação. Desanimada estava eu, mas sempre que sento no banco com meu cafe e meus livros, a orquestra começa a tocar na minha cabeça. E a contradição aparece. A minha introversão chega primeiro na fila e impede que a explosão tome conta do meu ser.


Eu sou um total paradoxo. A introspeção contrastando com a explosão do vulcão. Mas é aí que tudo passa, pois o recital dos pássaros e o falar do vento, a beleza da natureza e suas intrigantes formas geométricas, me mostram o que de fato importa; certos problemas são irrisórios. Esses não existem de fato quando ainda se tem olhos para apreciar a graciosidade das cores, e ouvidos para se escutar o recital da natureza! Tenho o meu lado triste, que pesado é de se carregar, mas também tenho a minha alegria e força que me fizeram chegar onde cheguei, e que me impulsionam a ser quem eu sou.


Como eu sempre falo, aqui nunca é fácil. As coisas acontecem, te surpreendem e te testam. Psicologicamente  é desafiador. A mente prega peças e sem confiança e coragem, a vida aqui te derruba e te deixa no chão por tempo indeterminado. Acho que sem um certo grau de loucura ninguém consegue passar pelo desafio.


E nesse furacão de sentimentos eu rodopio em torno de mim. Me desequilibro com meus sonhos e criações. Há vários deles na minha varanda, que cantarolam e arrepiam meu coração. Eu rodopio e na beirada de mim eu estou. Saudade de mim, do infinito de mim. Do sonho de mim, que a rajada do vento empurrou....O meu hobby? imaginar... :)


#St Leonards park, north sydney