domingo, 23 de março de 2014

estado


Você que é o espaço entre os espaços, que não é gente, não é coisa mas é um estado.
Você que se descasca e não só chora, mas se apavora
Do insight à reflexão, a quantos graus você congela?
Da reflexão ao incômodo qual seu estado que revela?
Do incômodo à conclusão, indefinido

Ah, se eu pudesse congelar e num estado sublimar...
Mas eu caminho, e me transformo numa essência grisalha, cansada, flácida, esquecida
Começo a descascar...viro farelo...quantas camadas eu tenho? quantos aspectos possuo? quantas chances eu tenho? qual é o meu tempo? o tempo é meu?

Eu caio pra cima, eu giro em linha reta...talvez o que tenho é um contorno no escuro; mas e o brilho do escuro? por que brilha o escuro? tão incólume escuro, tão sereno escuro....mas que grotesco escuro!
Esse inconstante escuro, a tibieza do escuro, é o perfeito estado pra eu tentar mergulhar

Viro fumaça. Duas camadas já foram, ainda não vejo o núcleo, espero que esteja num estado em que eu posso enxergar. 

Existe essência patológica? talvez uma verdade ilusória, de um estado que ainda não atingi.
Eu viro  tormenta, mais uma camada se desfaz. Minha consciência intervém. Até onde pode manter-se viva? está viva, está livre, pode ir. 

Ah, se eu pudesse programar a consciência para as duas da tarde!

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